Lituânia, convidada para o Mundial, bate Sérvia e fica com bronze

“O time que mais joga com o coração” no Mundial, a Lituânia, venceu uma equipe mais talentosa, a Sérvia, neste domingo, por 99 a 88, e conquistou a medalha de bronze. É o melhor resultado da ex-república soviética em sua breve história na competição, e ele foi comemorado com intensidade: ao fim da partida, os jogadores do banco invadiram a quadra, abraçaram-se e jogaram ao alto o técnico Kestutis Kemzurao.

Com a mesma garra e tenacidade que impressionaram o técnico americano Mike Krzyzewiski, autor da frase, os lituanos mostraram ter se recuperado mais rapidamente da derrota para os EUA, na semifinal, do que a Sérvia, eliminada após uma bandeja da Turquia a meio segundo do fim de jogo, ontem.

A Lituânia só disputou o torneio porque recebeu um convite da organização. No Campeonato Europeu do ano passado, classificatório para o Mundial, o time fez uma campanha péssima, perdendo inclusive da Polônia, país sem tradição na modalidade, e foi eliminada na primeira fase.

Na Turquia, a equipe apostou em uma equipe renovada, com poucos nomes de experiência internacional. E o destaque do time no torneio foi justamente o mais famoso deles, Linas Kleiza, ex-companheiro de Nenê no Denver Nuggets e que jogará com Leandrinho no Toronto Raptors.
Kleiza foi o cestinha do jogo deste domingo com 33 pontos, e ainda obteve sete rebotes, quatro assistências e três roubadas.

“Somos de um país muito pequeno. Só chegamos com convite aqui. É um feito muito, muito grande”, afirmou Kleiza após a partida.

Já a Sérvia, que eliminou Croácia e a favorita Espanha exibindo um time repleto de jovens talentos, não foi a mesma do restante do campeonato. Mostrou uma defesa muito menos agressiva, perdeu a batalha dos rebotes (30 a 24 para a Lituânia) e ainda pecou justamente em uma de suas maiores virtudes, os arremessos de três pontos (foram apenas seis certos em 17 tentativas, aproveitamento de 35%).

O melhor jogador do time, o armador Milos Teodosic, que acertou um arremesso de três pontos a três segundos do fim do jogo para eliminar a Espanha e ontem havia conseguido 13 pontos e 11 assistências, teve atuação fraca, com 9 pontos, quatro assistências. Ele despediu-se do Mundial com uma falta técnica com oito minutos a serem jogados no 4º quarto.

A Sérvia chegou a abrir nove pontos no primeiro quarto, mas a Lituânia, “o time que mais joga com o coração do Mundial”, de acordo com o técnico americano, Mike Krzyzewski, conseguiu reagir. O pivô reserva Paulius Jankunas fez nove pontos, sete deles consecutivos, e o time acabou o primeiro quarto à frente, 23 a 22.

No segundo quarto, os alas Simas Jasaitis e Linas Kleiza assumiram o jogo ofensivo da Lituânia e, com arremessos consecutivos, levaram a vantagem para 13 pontos (48 a 35). No último lance do segundo quarto, Rasic acertou um arremesso de três pontos no estouro do cronômetro para reduzir a vantagem para dez pontos.

No terceiro, a Lituânia continuou ampliando a vantagem e chegou a ter 22 pontos de frente. No último período, quando o jogo já estava decidido, a vantagem variou entre 12 e 20 pontos.